Uveíte pode causar cegueira. Fique atento!

  • Vivian Afonso, médica especialista em retina, vítreo e uveíte do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) – Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS), explica sobre a doença e chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce.

Caracterizada como uma inflamação no olho, a uveíte é uma doença que compromete parcial ou totalmente o olho. Podendo ser entendida pelos pacientes, muitas vezes, como apenas uma conjuntivite ou olho vermelho, a uveíte é uma causa importante de cegueira

no mundo, se não for diagnosticada e tratada corretamente.

Seu surgimento está comumente ligado a causas infecciosas ou doenças inflamatórias. “As primeiras costumam ser bastante graves e podem levar a um comprometimento severo da visão. Doenças, como sífilis, cujos casos diagnosticados aumentaram muito, HIV e tuberculose, estão ligadas ao surgimento de uveítes de causa infecciosa, que podem levar à cegueira e baixa de visão de forma irreversível, se não for tratada em tempo”, relata Dra. Vivian Afonso, médica especialista em retina, vítreo e uveíte do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) – Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS).

Por sua vez, a uveíte ligada a causas inflamatórias está associada a uma série de doenças reumáticas, como artrite reumatoide, esclerite, espondilite anquilosante e doenças inflamatórias intestinais. “Caso o paciente seja portador de alguma dessas doenças, é indicada a busca imediata por um oftalmologista, para avaliar se há um quadro de uveíte relacionado” completa a oftalmologista do BOS-HOS.

A identificação do problema por meio dos sintomas pode ser dificultada, visto que os sinais são relativamente comuns, tanto nos casos de uveíte isolada ou decorrente de outra doença. Normalmente, a doença acarreta em uma vermelhidão nos olhos, dor e a chamada mosca volante, que é quando o paciente, ao mexer os olhos, independentemente da direção, percebem manchas na visão, como se fossem moscas.

Atualmente, alguns estudos mostram que é possível o surgimento de alterações oculares, como a uveíte, em alguns pacientes durante a internação e no pós-Covid. “Pacientes que tiveram Covid-19 e experienciarem qualquer um dos sintomas citados, devem buscar um oftalmologista, para tratar no início da inflamação ou infecção. A Covid-19 é uma doença muito nova, estamos aprendendo sobre as manifestações oculares que ela pode apresentar”, pontua a médica do BOS-HOS.

Já, o tratamento é bastante amplo, conforme aponta a especialista Dra. Vivian. “Quando encontramos no paciente alguma uveíte secundária a doenças infecciosas, fazemos primeiramente o tratamento da doença de base. Quando são doenças inflamatórias, uma uveíte localizada no olho, inicialmente o tratamento é feito com colírios, porém, pode variar de acordo com a gravidade da doença. Se for uma inflamação mais grave, às vezes, é necessário o uso de corticoide como medicação local ou sistêmica. Nos dias atuais, é possível, ainda, usar imunossupressores, que são medicamentos muito comuns para pacientes com doenças reumáticas”, explica a médica.

Diante da gravidade dessa condição, Dra. Vivian alerta para a necessidade da busca por um oftalmologista, o quanto antes. “Se for notada a persistência de qualquer um desses sintomas citados, é muito importante que o paciente procure um médico oftalmologista. Muitas pessoas deixam para procurar auxílio especializado apenas quando a visão já está muito baixa, o que pode acabar comprometendo seriamente a terapêutica. Então, quanto antes diagnosticado o problema, mais rápido é possível estabelecer o tratamento e mais chances existem de ser preservada a qualidade visual” finaliza a especialista do BOS-HOS.

Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000. Para informações e agendamento, de convênios e particulares, entre em contato via WhatsApp: (15) 3212-70400. O Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS) ficam localizados na Rua Nabek Shiroma, 210, no Jardim Emilia.

Campinas é líder em captação de córneas no Estado de São Paulo

  • Mesmo diante das dificuldades enfrentadas em todo país com a pandemia, Campinas se destaca como a primeira cidade do Estado em doações de córneas, amparando outras regiões.

Os impactos trazidos pela pandemia atingiram profundamente todos os setores da sociedade, não sendo diferente, até mesmo, com os serviços essenciais, como a captação de órgãos e tecidos para doação. Essa área sofreu severas restrições por parte do governo, o que fez com que muitos estoques chegassem a zero.

Contudo, mesmo diante dessa difícil equação, a rede Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) conseguiu manter um desempenho positivo em benefício da população. A cidade de Campinas, atendida pelo BOS, contabiliza o maior número de captações de córneas entre todas as unidades da rede, sendo líder no Estado de São Paulo. “Isso se dá pelo porte da cidade e pela parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, a começar pela concessão do espaço dentro do Hospital Municipal Mario Gatti, no início do nosso trabalho no município, em 2005, até hoje, por meio da parceria com a SETEC, na área de serviços funerários, aonde temos o maior número de doações, permitindo, assim, o desenvolvimento desse importante trabalho”, comenta Edil Vidal de Souza, superintendente do Grupo BOS.

No período de 1 de outubro de 2020 a 22 de janeiro de 2021, Campinas totalizou 320 doações, destacando-se e amparando um grande número de beneficiados, conforme ilustra a tabela:

Com o trabalho que vem sendo desenvolvido na cidade, os hospitais amparados conseguem continuar atuando e atendendo os pacientes. “A região de Campinas é a mais populosa do estado, depois da Grande São Paulo, então, sua importância no cenário de captação e transplantes é indiscutível. Como reúne vários serviços médicos, acadêmicos e privados, de qualidade, atrai pessoas do país todo em busca de tratamento. Assim, é necessário o constante investimento para manter os números suficientes e tentar, ao máximo, diminuir as filas de espera por transplantes”, aponta a Dra. Denise Fornazari, diretora médica do Banco de Olhos da Unicamp.

A situação geral das captações de córneas no país, após a liberação para retomada dos procedimentos pelo governo no final de setembro, depois de sete meses suspensos, é crítica. Porém, graças ao trabalho prestado pela rede BOS e, especialmente, à contribuição da cidade de Campinas, o Estado de São Paulo conseguiu não só estabilizar suas doações, como também atender casos de urgência em outras regiões do Brasil. “Muitos serviços de captação pararam de atuar, o que faz com que a responsabilidade do trabalho do BOS e da cidade de Campinas aumente ainda mais. Recebemos um comunicado de que a Central de Transplantes do Estado de São Paulo iria atender alguns casos de urgência de outros estados. Com isso, nosso foco é ajudar cada vez mais. Precisamos manter nosso trabalho, buscando sempre aumentar o número de doações, já que a necessidade é grande”, aponta Edil.

O maior volume de doações de São Paulo é gerado pela rede BOS, que já chegou a zerar uma vez, em 2009, a fila de espera para transplantes do estado todo. “Nossa intenção é conseguir zerar, futuramente, a fila de espera de novo. O BOS é o principal parceiro, hoje, da Secretaria Estadual da Saúde na área de captação de córneas, atuando nas regiões de Sorocaba e Campinas, o que inclui a região do Vale do Paraíba, a capital paulista e a Baixada Santista”, fala o superintendente.

Assim, a importância de Campinas nesse cenário de doações se faz, tanto por suprir a demanda regional nessa área, como também para auxílio de todo o país. “É bom para a cidade e, acima de tudo, é bom para os pacientes que precisam de atendimento. A região de Campinas é muito grande, com um potencial enorme para doações e nós já fazemos uma parte desse trabalho, mas a intenção é ampliar e intensificar as atividades, visando uma melhoria nos sistemas nacionais, como um todo. Precisamos de mais doações e essa região pode proporcionar isso”, finaliza Edil.

Para aqueles que desejam apoiar, tornando-se um doador de córnea, é possível fazer o Cartão de Doador, pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: 0800 770 3311. O cartão não estabelece a obrigação de doar, mas tem a função de informar sobre essa vontade aos familiares, conscientizando-os sobre o assunto.

Infecção por Covid-19 pode se manifestar exclusivamente nos olhos

  • Médico do BOS – HOS faz o alerta para que pessoas estejam atentas, desde os primeiros sintomas de infecção ocular. E lembra que, independentemente de a infecção pandêmica estar ou não associada ao quadro, o período de 14 dias de isolamento deve ser respeitado.

  

Em tempos de pandemia, é preciso estar atento a todos os sinais de alterações no organismo. Os olhos, por exemplo, são uma das principais portas de entrada do novo Coronavírus, responsável pela manifestação da COVID-19. O contágio pode ocorrer, por exemplo, a partir do contato com a lágrima de alguém infectado. A conjuntivite acaba acometendo uma média de 1% e 3% das pessoas com a doença, sendo que, em muitos casos, esse é o primeiro sintoma desse mal. O dado é da Academia Americana de Oftalmologia (AAO).

Segundo estudos que apresentam relatos de pacientes, na Itália e no Canadá, também existe a possibilidade de a infecção pelo Coronavírus ter apresentação única e exclusivamente ocular. Na maioria dos casos, pessoas com esse tipo de infecção apresentam hiperemia (olhos vermelhos), epífora (lacrimejamento involuntário) e conjuntivite também associadas a outros sintomas, como tosse, febre, secreção nasal e problemas respiratórios. No entanto, há casos em que os únicos sintomas estão relacionados aos olhos.

É muito importante estar atento a esses sinais, porque os olhos, especialmente a partir das lágrimas, se tornam vetores de contaminação a outras pessoas. “Então, se a pessoa com conjuntivite está com alguma secreção ocular, precisa ser tratada com cuidado, principalmente nesta época de pandemia, quando não podemos excluir a possibilidade de estar com a COVID-19”, afirma Dr. Gabriel Zatti, médico oftalmologista e diretor clínico do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) – Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS). A higienização, obviamente, é recomendada em qualquer caso de conjuntivite, devendo-se lavar bem e com frequência as mãos, além de evitar tocar os olhos, em caso de lacrimejamento e coceira. “O que acontece é que a maioria das pessoas, na sua ingenuidade, acha que pode permanecer perto da família, trabalhar ou fazer compras, enfim, se relacionar normalmente com as outras pessoas, sem imaginar que possa também estar com Coronavírus. O alerta, então, é esse: se surgir qualquer sintoma ocular, especialmente nesta época de pandemia, é bom não descartar essa possibilidade de diagnóstico”, adverte o especialista.

Sintomas e testagem

Nem sempre será simples recorrer à testagem para a COVID-19, inclusive pelo fato de os casos de conjuntivite serem numerosos. Mas, se houver sintomas respiratórios associados, é válido e muito importante realizar a testagem. A conjuntivite infecciosa, ainda que não se tenha certeza de estar associada à doença, requer afastamento do trabalho por 14 dias, de qualquer forma. E o médico oftalmologista do BOS – HOS observa, pelo menos, um aspecto positivo na mudança de comportamento das pessoas durante a pandemia. A seu ver, passaram a levar mais a sério a questão das infecções, desde as respiratórias, rinites e gripes até as oculares. “Antes não se parava o convívio. As pessoas continuavam indo trabalhar, usando transporte público, não usavam máscaras. Nossa rotina era de muito pouco cuidado e respeito com o outro nessas situações. Agora, com o distanciamento social e mais cuidados sanitários, sabemos que isso fará com que os vírus e as bactérias se espalhem menos, ajudando a manter a saúde coletiva da população”, conclui Dr. Gabriel Zatti.

Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou telefone: (15) 3212-7000. O Banco de Olhos de Sorocaba e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba estão localizados na Praça Nabek Shiroma, 210, Jardim Emília, em Sorocaba (SP).

BOS bate recorde de captações de córneas e prevê retomar ritmo de transplantes de antes da pandemia

  • Sensibilização da sociedade faz aumentar doações e Banco de Olhos de Sorocaba prevê retomar o ritmo normal de transplantes em menos de dois meses; Fila de espera pela cirurgia cresceu exponencialmente durante suspensão das atividades pelo Governo, em função da Covid-19; Nova campanha promove conscientização.

A sociedade se sensibilizou com o apelo do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) amplamente veiculado na imprensa e as doações de córneas saltaram. Com isso, o BOS supera a marca de captações diárias de córneas dos últimos anos.

A nova marca foi alcançada na terça-feira passada (20/10), com a captação de 48 córneas.

O BOS, agora, lança a campanha “Devolva as cores para a vida de alguém”, para manter a população conscientizada sobre esse gesto de amor que pode ajudar milhares a voltar a enxergar.

O novo ritmo imprimido nas doações de córneas faz com que o BOS estime retomar o volume normal de transplantes, de antes da pandemia, em menos de dois meses. Atualmente, mais de 760 pacientes aguardam na fila pelo procedimento na região atendida pelo BOS. “A população atendeu o nosso apelo e, com as doações nesse volume, calculamos voltar bem antes do previsto ao ritmo normal de atividades. Antes, a expectativa era levar mais de um ano para voltar a apenas 50% da capacidade de transplantes”, comemora o superintendente do grupo BOS, Edil Vidal.

A família da consultora financeira Fátima Regina Mora Rodrigues, de 34 anos, foi uma das recentes doadoras. Fátima autorizou a doação das córneas do pai, que tinha 70 anos e faleceu em decorrência de um câncer, no último dia 17.

“Ficamos agradecidos em saber que as córneas do meu pai devolveram a visão para duas pessoas. Na nossa família já decidimos que somos todos doadores”, declarou.

A consultora conta que a abordagem do profissional do BOS foi muito sensível, que ele explicou que o banco está com o estoque baixo em razão da pandemia e que, se acaso as córneas não estivessem em condições ideais para doações, poderiam ser usadas em pesquisas.

Em todo o Estado, há cerca de 3,5 mil pacientes cadastrados na fila de espera por córneas. Edil comenta que o BOS tem equipes habilitadas, médicos capacitados, infraestrutura e competência reconhecida para atender os que precisam de transplante, mas sempre dependerá da consciência das famílias sobre a importância das doações para devolver a visão a quem precisa. A experiência nesse setor faz com que, atualmente, o BOS seja responsável por mais de 90% de todas as captações que estão acontecendo pós-pandemia no estado de São Paulo. Por outro lado, comenta Edil, esse índice igualmente demonstra que muitos serviços em outros estados brasileiros ainda não conseguiram retomar suas atividades ou poderão nem mais atuar nessa área, que foi tão penalizada pela pandemia de Covid-19 e as restrições governamentais impostas.

O período restritivo para as atividades no setor foi muito longo, de seis meses.

 “Devolva as cores para a vida de alguém”

A campanha “Devolva as cores para a vida de alguém” convida a sociedade a enxergar nitidamente esse problema. As mensagens demonstram o quanto o gesto de doação é necessário, com alusão às cores da primavera e à renovação da vida. “Doe seus olhos. Dê cor à vida” é o slogan da campanha.

As córneas são captadas para doação somente com a autorização dos familiares, após o falecimento do doador. A legislação brasileira garante à família a decisão de doar, ou não, os órgãos e tecidos após a morte.

O interessado em demonstrar o seu desejo em vida pode fazer o Cartão de Doador, pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: 0800 770 3311. O cartão não estabelece a obrigação de doar, mas tem a função de informar sobre essa vontade e conscientizar os familiares acerca do assunto.

Fila de espera aumentava, enquanto estoque chegou a zero

Durante a pandemia, enquanto o número de pacientes aguardando por um transplante só aumentava, o estoque de córneas foi reduzindo até chegar a zero na unidade do BOS em Sorocaba, também pela primeira vez na história da instituição.

Isso ocorreu em virtude da mudança nos protocolos para a captação de órgãos e tecidos, determinada pelos órgãos de saúde, como consequência da pandemia de Coronavírus. No Brasil, foram adotadas medidas restritivas que levaram à paralisação do setor, diferentemente da realidade de outros países, como os Estado Unidos, onde as captações e os transplantes não cessaram, mas tiveram suas diretrizes de segurança redobradas, conforme recomendação das associações internacionais.

Durante esse período, no Estado de São Paulo, a média mensal de captações diminuiu em 92,4%, reduzindo de 1.236 para 94. Na região de atuação do BOS, caiu de 930 para apenas 20, no mês. “Foi muito preocupante, porque o tempo de espera pode levar ao agravamento do quadro clínico do paciente e exigir intervenções cirúrgicas mais invasivas e com maior risco de rejeição, como infelizmente aconteceu com alguns casos no país”, pontua Edil.

No final do mês passado, contudo, as rígidas restrições deixaram de ser infligidas. Hoje, estão mantidas as medidas de seleção do doador, do receptor e os cuidados no intra, pré e pós-operatório, para que o vírus não seja transmitido no procedimento.