Jovens atendidos pelo Centro de Reabilitação Vida Nova (CRV) do BOS participam das Paralimpíadas Escolares Brasileiras 2021

Isabelly Cabral,16 anos, de Boituva, irá competir na modalidade atletismo e Luís Felipe da Silva Cavalcanti, 15 anos, de São Roque, participará pelo futebol

Em agosto deste ano, o mundo todo se encantou e se emocionou com as Paralimpíadas de Tokyo 2020. Agora, é a vez de torcer pelos nossos jovens atletas nacionais durante as Paralimpíadas Escolares 2021, que acontecerão de 23 à 26 de novembro, em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro e que deve reunir aproximadamente mil alunos em idade escolar da maioria dos estados brasileiros.

Representando a seleção paulista, dois assistidos do Centro de Reabilitação Vida Nova (CRV) do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) foram convocados depois de se destacarem nos Jogos Escolares Paralímpico do Estado de São Paulo (JEESP), realizados no mês de setembro deste ano. 

Isabelly Fernanda de Melo Cabral, 16 anos, de Boituva, tem deficiência visual categoria T13 (baixa visão) e foi convocada na modalidade atletismo após vencer as provas dos 75m, arremesso de peso e lançamento de dardo. Esta é sua terceira convocação na Seleção Paulista. Já Luís Felipe Cavalcanti, 17 anos, morador de São Roque, tem deficiência visual categoria B1 (cegueira total) e foi convocado pela primeira vez na modalidade de futebol de cinco (futebol de cegos). 

A primeira edição das Paralimpíadas Escolares aconteceu em 2009, sendo que em 2020 o evento foi suspenso por conta da pandemia COVID-19. Trata-se do maior evento mundial para crianças com deficiência em idade escolar. Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelos Escolares, como os velocistas Alan Fonteles, ouro em Londres 2012, Verônica Hipólito, prata no Rio 2016 e Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47), além dos destaques de Tokyo 2020, como Thomaz Moraes, medalha de prata no atletismo, os nadadores Talisson Glock e Gabriel Geraldo, medalha de ouro, e o jogador de goalball, Leomon Moreno, medalha de ouro também, entre muitos outros que brilharam nesta última edição dos jogos. 

Veterana nos campeonatos

Isabelly estava no 3º ano do Ensino Fundamental, anos iniciais, quando descobriu que tinha baixa visão. Ela conta que tinha muita dificuldade para enxergar as anotações dos professores na lousa, que sempre precisava se aproximar para poder copiar as matérias e que, ao longo do tempo, foi perdendo um pouco mais de visão.

Filha de pai atleta, o primeiro esporte com o qual ela teve contato foi o atletismo, em 2017. Logo depois, ela se encantou com a natação. Atualmente, sua rotina inclui os

estudos, treinos esportivos (atletismo e natação) e o atendimento no CRV, quinzenalmente, onde passa por acompanhamento psicológico. “Esse atendimento colabora com vários fatores em minha vida e é tão importante quanto o esporte, que é a minha forma de trabalho e de lazer também”, conta a atleta. 

Isabelly já participou de várias competições como JEESP, Paralimpíadas Escolares, Regionais, Abertos, Circuito Caixa, entre outros. “Acho que Paralimpíadas ainda é um sonho, uma grande expectativa. Na verdade, posso dizer que é uma meta pessoal. Admiro muito os atletas que vão para as Paralimpíadas, é um grande privilégio poder participar também. Estou otimista quanto ao meu desempenho e espero trazer a medalha para casa!”, conta a atleta.

 

Debutante nas Paralimpíadas

Aos 15 anos, Luís Felipe da Silva Cavalcanti teve contato com o esporte pela primeira vez há alguns meses através do projeto Superação de um professor de esportes, em Mairinque. Desde então, o esporte se tornou parte fundamental da sua vida e, depois de participar dos Jogos Escolares Paralímpico do Estado de São Paulo (JEESP) deste ano, Luís Felipe irá competir, pela primeira vez, nas Paralimpíadas Escolares.    

 

Mãe de Luís Felipe, Veronice da Silva Cavalcanti conta que os problemas na visão de Luís Felipe começaram cedo, aos 3 meses de idade, quando ela percebeu que a íris dele sumia, ficava só a parte branca e que quando o olho voltava normal, ele não tinha o controle, ficava tremendo. “Falei com a pediatra, que o encaminhou ao oftalmologista. Fizemos vários exames, mas nada foi descoberto. Quando o Luís Felipe estava com 1 ano e 6 meses, teve conjuntivite nos dois olhos. Dias depois, notei algo branco no olho direito. Fizemos novos exames e descobrimos que ele estava com catarata no olho direito, cistos e  descolamento de retina. Já no olho esquerdo, ele tinha 12 graus de miopia, ou seja, ele só tinha 5% de visão e sua retina esquerda poderia vir a descolar pelo alto grau de miopia”, conta Veronice.

Em 2015, seus temores foram confirmados. “Percebemos que o Luís Felipe batia muito nas coisas quando se locomovia, então, procuramos o médico novamente e constatamos o descolamento da retina esquerda. No mesmo ano ele passou por uma cirurgia para tentar colar a retina, mas o resultado foi negativo e hoje ele tem cegueira total”, explica. 

A falta de visão não tirou o brilho e a motivação do jovem atleta, que estuda pela manhã, treina futebol e funcional duas vezes por semana e passa pelo atendimento no CRV semanalmente desde 2019, onde aprende braile, mobilidade e passa pelo terapeuta.  “O CRV contribui imensamente para a sua independência. Sabemos que, desta forma, ela estará apto para ir longe, mesmo com suas limitações”, afirma Veronice.

Para os jogos, Luís Felipe está otimista. Ele espera que seu desempenho seja muito bom e que consiga ganhar a medalha. “Mas se eu não conseguir, não vou abaixar a cabeça. Vou continuar tentando. Nas Paralimpíadas, temos a vitória e a derrota. Se nós ganharmos, vamos ficar felizes, claro. Mas, se perdemos, a gente fica triste na hora, mas nunca vamos desistir dos nossos sonhos. Sempre fique com a cabeça erguida, na vida não é só ganhar”, ensina o atleta. 

Sobre o CRV

Criado em fevereiro de 2013, o Centro de Reabilitação Vida Nova (CRV) nasceu com o objetivo de reintegrar pessoas com necessidades especiais à vida familiar e social, promovendo uma melhor qualidade de vida aos assistidos e a reabilitação para deficientes visuais com baixa visão, cegueira e pessoas com deficiência auditiva para suas atividades diárias. No CRV, o assistido pode usufruir do serviço de convivência para fortalecimento de vínculos, sempre priorizando a abordagem social e a integração com a família. 

Desta forma, o CRV fornece atendimento gratuito, sem custo algum, em reabilitação visual através de uma equipe multiprofissional nas áreas social, de saúde e de educação. 

A atuação do CRV compreende:

– Habilitar, reabilitar e integrar os deficientes visuais nas atividades diárias; 

– Promover a autonomia pessoal;

– Melhorar a qualidade das atividades da vida diária;

– Propiciar adaptação profissional, escolar e social;

– Auxiliar na utilização de recursos específicos para deficiência;

– Esclarecer e orientar a família quanto à deficiência.

O Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS) ficam localizados na Rua Nabek Shiroma, 210, no Jardim Emília. Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.

 

Fellow do segundo ano do Hospital Oftalmológico de Sorocaba recebe prêmio SBRV por melhor caso clínico apresentado

 

Caso apresentado por Marja Carolina Rufino dos Santos, que levou o primeiro lugar na 2ª edição do concurso, abordou doença da retina e COVID-19.

 

No dia 03 de novembro aconteceu a final do 2º Concurso Nacional de Casos Clínicos e Cirúrgicos da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), uma das mais renomadas do Brasil, fundada em 1977 e que tem como objetivo consolidar e difundir ensinamentos científicos. “A ideia do prêmio, criado em 2020, é justamente fomentar a produção científica e engajar os fellows no mundo acadêmico”, conta a idealizadora e coordenadora do concurso SBRV, Tereza Kanadani.

Neste ano, cerca de 90 fellows (médicos que já fizeram residência em sua especialização e que estão se aperfeiçoando em uma subespecialidade) de todo o País se inscreveram neste concurso, representando várias instituições, para concorrer às categorias: “Melhor Caso Clínico” e “Melhor Caso Cirúrgico”. 

A vencedora da categoria “Melhor Caso Clínico” foi a fellow do segundo ano de Retina do Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS-BOS), Marja Carolina Rufino dos Santos, que apresentou o caso “Síndrome dos Múltiplos Pontos Brancos Evanescentes Como Manifestação Ocular Inicial Presumida em Paciente com Covid-19” sob orientação do Dr. Arnaldo Bordon, Chefe do Departamento de Retina e Vítreo do BOS, junto com os fellows colaboradores Arthur Sousa Dias, Hideki Hirota, Jean Coutinho, Moisés Gomes, Patrícia Bortolai, Renata Júlia Moura e Vinicius Clementino Falcão. 

“É uma honra para nós do BOS poder participar desse tipo de concurso, pois ele estimula os médicos em formação e em especialização em retina a terem uma visão científica e de produção científica, além de demonstrar a qualidade do nosso corpo clínico e da instituição como um todo”, orgulha-se o orientador do caso vencedor, Dr. Arnaldo F. Bordon.

“Todos os fellows que participaram do concurso apresentaram casos muito interessantes, inovadores e bem documentados. Desta forma, me senti muito honrada com a premiação. Esse prêmio é um reconhecimento da importância que o BOS possui pela pesquisa científica e o aprendizado acadêmico”, completa Marja Rufino, que ganhou a inscrição para o 46º Congresso SBRV ,em 2022, como premiação pelo primeiro lugar.

 

O Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS) ficam localizados na Rua Nabek Shiroma, 210, no Jardim Emília. Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.