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Até 30% das crianças podem apresentar alguma alteração no desenvolvimento da linguagem

Além de fatores genéticos, a falta de convívio social e o uso indiscriminado de equipamentos eletrônicos podem estar diretamente relacionados a distúrbios no desenvolvimento da linguagem

 

A volta às aulas presenciais para o ano letivo de 2022 deve incrementar a interação social entre as crianças, um dos fatores primordiais para o desenvolvimento da linguagem de acordo com a Dra. Ana Paula Dualibi, foniatra responsável pelo setor de Otorrinolaringologia Pediátrica e Foniatria do Hospital de Otorrinolaringologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Porém, ela ressalta que além dos fatores ambientais, fatores genéticos determinam o desenvolvimento da linguagem e, para que esse desenvolvimento ocorra de forma adequada, é necessário que a criança tenha uma integridade neurológica, das estruturas orofaciais e dos aspectos sensoriais, como visão e audição, e um desenvolvimento motor, cognitivo e psíquico adequado.

“Os distúrbios de linguagem são um problema evolutivo bastante frequente entre os pequenos. Estima-se que até 30% das crianças sofram alguma alteração no desenvolvimento da linguagem. E o problema é que essa situação pode progredir com dificuldades de aprendizagem e isso pode gerar alterações no convívio social e até mesmo na vida profissional futura”, alerta a Dra. Ana Paula.

Outro vilão para o desenvolvimento da linguagem é o uso indiscriminado de dispositivos eletrônicos. “A gente os chama de nova chupeta desta geração. Eles estão, sim, relacionados a atrasos no desenvolvimento tanto da linguagem quanto das habilidades sociais, porque eles substituem a interação real com os pais e com outras crianças”, esclarece a médica.

Além dos prejuízos relacionados à linguagem, a criança que faz uso excessivo de dispositivos eletrônicos acaba tendo um comportamento mais sedentário, pode ter alterações relacionadas ao sono e até ressecamento ocular. “Então, o que se recomenda pela Academia Americana de Pediatria e também pela Sociedade Brasileira de Pediatria é que até os 18 meses a criança não faça uso desses equipamentos; entre 18 e 24 meses, apenas quando for muito necessário, com aplicativos de qualidade e com a supervisão e participação dos pais; entre 2 e 5 anos, o uso desses dispositivos deve ser limitado a, no máximo, uma hora por dia, também com aplicativos de qualidade e com supervisão e participação dos pais”, orienta a foniatra.

A médica lembra que é importante que os pais deem o exemplo e se mostrem disponíveis para essa interação. “Não adianta a criança estar fora das telas e os pais estarem o tempo todo conectados no celular. Ao tirar o dispositivo, a gente oferece a oportunidade de a criança se engajar em outras atividades que são muito importantes para o seu desenvolvimento, como brincar e interagir com outras crianças. Isso é fundamental”, completa.

O diagnóstico precoce desses atrasos de linguagem é muito importante porque nos primeiros dois anos de vida da criança há uma grande neuroplasticidade, ou seja, o sistema nervoso central está mais maleável, e é nesse momento que a intervenção pode trazer maiores ganhos no funcionamento e desenvolvimento deste cérebro.

O Ambulatório de Foniatria do BOS faz atendimento para pacientes do SUS. Além disso, o BOS conta com uma equipe de Fonoaudiologia muito capacitada para o atendimento das crianças com problemas no desenvolvimento da linguagem.

“É importante os pais terem consciência que se houver algum atraso na fala da criança eles não devem supor que o filho está com preguiça e esperar que a situação se resolva com o tempo. Eles devem procurar por ajuda médica e fonoaudiológica pois o diagnóstico precoce é fundamental para uma intervenção mais efetiva”, finaliza a médica.

O que é a foniatria?

A foniatria é uma área de atuação da otorrinolaringologia que se dedica ao estudo dos problemas de comunicação e de aprendizagem visando o diagnóstico médico desses distúrbios. Muitas vezes, uma mesma queixa pode ter diversas etiologias. Uma criança com atraso no desenvolvimento de linguagem pode ter uma perda auditiva, por exemplo, ou estar dentro do Transtorno do Espectro do Autismo, ou pode ainda ter esse atraso ligado às más condições ambientais, como excesso de uso de telas ou falta de estimulação. Pela complexidade que é a comunicação humana, é fundamental um trabalho conjunto com equipe multidisciplinar que contemple outras especialidades médicas como a neurologia infantil, a psiquiatria e a genética, além da fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia.

Fatores tratados pela otorrinolaringologia que podem interferir diretamente no desenvolvimento da linguagem e aprendizagem:

  • qualidade de voz;
  • respiração oral;
  • qualidade de sono;
  • otite secretora;
  • alterações labirínticas;

Como é o desenvolvimento da linguagem da criança?

PRIMEIRO ANO: (entre 12 e 18 meses) aparecem as primeiras palavras

SEGUNDO ANO: começam a formar frases simples, de 2 palavras

TERCEIRO ANO: apresentam discurso que é compreendido por um estranho (apesar de ainda apresentarem trocas e omissões)

QUINTO ANO: já devem conseguir produzir todos os sons da língua portuguesa

 

O Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS) ficam localizados na Rua Nabek Shiroma, 210, no Jardim Emília. Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.

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