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BOS bate recorde de captações de córneas e prevê retomar ritmo de transplantes de antes da pandemia

  • Sensibilização da sociedade faz aumentar doações e Banco de Olhos de Sorocaba prevê retomar o ritmo normal de transplantes em menos de dois meses; Fila de espera pela cirurgia cresceu exponencialmente durante suspensão das atividades pelo Governo, em função da Covid-19; Nova campanha promove conscientização.

A sociedade se sensibilizou com o apelo do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) amplamente veiculado na imprensa e as doações de córneas saltaram. Com isso, o BOS supera a marca de captações diárias de córneas dos últimos anos.

A nova marca foi alcançada na terça-feira passada (20/10), com a captação de 48 córneas.

O BOS, agora, lança a campanha “Devolva as cores para a vida de alguém”, para manter a população conscientizada sobre esse gesto de amor que pode ajudar milhares a voltar a enxergar.

O novo ritmo imprimido nas doações de córneas faz com que o BOS estime retomar o volume normal de transplantes, de antes da pandemia, em menos de dois meses. Atualmente, mais de 760 pacientes aguardam na fila pelo procedimento na região atendida pelo BOS. “A população atendeu o nosso apelo e, com as doações nesse volume, calculamos voltar bem antes do previsto ao ritmo normal de atividades. Antes, a expectativa era levar mais de um ano para voltar a apenas 50% da capacidade de transplantes”, comemora o superintendente do grupo BOS, Edil Vidal.

A família da consultora financeira Fátima Regina Mora Rodrigues, de 34 anos, foi uma das recentes doadoras. Fátima autorizou a doação das córneas do pai, que tinha 70 anos e faleceu em decorrência de um câncer, no último dia 17.

“Ficamos agradecidos em saber que as córneas do meu pai devolveram a visão para duas pessoas. Na nossa família já decidimos que somos todos doadores”, declarou.

A consultora conta que a abordagem do profissional do BOS foi muito sensível, que ele explicou que o banco está com o estoque baixo em razão da pandemia e que, se acaso as córneas não estivessem em condições ideais para doações, poderiam ser usadas em pesquisas.

Em todo o Estado, há cerca de 3,5 mil pacientes cadastrados na fila de espera por córneas. Edil comenta que o BOS tem equipes habilitadas, médicos capacitados, infraestrutura e competência reconhecida para atender os que precisam de transplante, mas sempre dependerá da consciência das famílias sobre a importância das doações para devolver a visão a quem precisa. A experiência nesse setor faz com que, atualmente, o BOS seja responsável por mais de 90% de todas as captações que estão acontecendo pós-pandemia no estado de São Paulo. Por outro lado, comenta Edil, esse índice igualmente demonstra que muitos serviços em outros estados brasileiros ainda não conseguiram retomar suas atividades ou poderão nem mais atuar nessa área, que foi tão penalizada pela pandemia de Covid-19 e as restrições governamentais impostas.

O período restritivo para as atividades no setor foi muito longo, de seis meses.

 “Devolva as cores para a vida de alguém”

A campanha “Devolva as cores para a vida de alguém” convida a sociedade a enxergar nitidamente esse problema. As mensagens demonstram o quanto o gesto de doação é necessário, com alusão às cores da primavera e à renovação da vida. “Doe seus olhos. Dê cor à vida” é o slogan da campanha.

As córneas são captadas para doação somente com a autorização dos familiares, após o falecimento do doador. A legislação brasileira garante à família a decisão de doar, ou não, os órgãos e tecidos após a morte.

O interessado em demonstrar o seu desejo em vida pode fazer o Cartão de Doador, pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: 0800 770 3311. O cartão não estabelece a obrigação de doar, mas tem a função de informar sobre essa vontade e conscientizar os familiares acerca do assunto.

Fila de espera aumentava, enquanto estoque chegou a zero

Durante a pandemia, enquanto o número de pacientes aguardando por um transplante só aumentava, o estoque de córneas foi reduzindo até chegar a zero na unidade do BOS em Sorocaba, também pela primeira vez na história da instituição.

Isso ocorreu em virtude da mudança nos protocolos para a captação de órgãos e tecidos, determinada pelos órgãos de saúde, como consequência da pandemia de Coronavírus. No Brasil, foram adotadas medidas restritivas que levaram à paralisação do setor, diferentemente da realidade de outros países, como os Estado Unidos, onde as captações e os transplantes não cessaram, mas tiveram suas diretrizes de segurança redobradas, conforme recomendação das associações internacionais.

Durante esse período, no Estado de São Paulo, a média mensal de captações diminuiu em 92,4%, reduzindo de 1.236 para 94. Na região de atuação do BOS, caiu de 930 para apenas 20, no mês. “Foi muito preocupante, porque o tempo de espera pode levar ao agravamento do quadro clínico do paciente e exigir intervenções cirúrgicas mais invasivas e com maior risco de rejeição, como infelizmente aconteceu com alguns casos no país”, pontua Edil.

No final do mês passado, contudo, as rígidas restrições deixaram de ser infligidas. Hoje, estão mantidas as medidas de seleção do doador, do receptor e os cuidados no intra, pré e pós-operatório, para que o vírus não seja transmitido no procedimento.

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