- Mesmo diante das dificuldades enfrentadas em todo país com a pandemia, Campinas se destaca como a primeira cidade do Estado em doações de córneas, amparando outras regiões.
Os impactos trazidos pela pandemia atingiram profundamente todos os setores da sociedade, não sendo diferente, até mesmo, com os serviços essenciais, como a captação de órgãos e tecidos para doação. Essa área sofreu severas restrições por parte do governo, o que fez com que muitos estoques chegassem a zero.
Contudo, mesmo diante dessa difícil equação, a rede Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) conseguiu manter um desempenho positivo em benefício da população. A cidade de Campinas, atendida pelo BOS, contabiliza o maior número de captações de córneas entre todas as unidades da rede, sendo líder no Estado de São Paulo. “Isso se dá pelo porte da cidade e pela parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, a começar pela concessão do espaço dentro do Hospital Municipal Mario Gatti, no início do nosso trabalho no município, em 2005, até hoje, por meio da parceria com a SETEC, na área de serviços funerários, aonde temos o maior número de doações, permitindo, assim, o desenvolvimento desse importante trabalho”, comenta Edil Vidal de Souza, superintendente do Grupo BOS.
No período de 1 de outubro de 2020 a 22 de janeiro de 2021, Campinas totalizou 320 doações, destacando-se e amparando um grande número de beneficiados, conforme ilustra a tabela:
Com o trabalho que vem sendo desenvolvido na cidade, os hospitais amparados conseguem continuar atuando e atendendo os pacientes. “A região de Campinas é a mais populosa do estado, depois da Grande São Paulo, então, sua importância no cenário de captação e transplantes é indiscutível. Como reúne vários serviços médicos, acadêmicos e privados, de qualidade, atrai pessoas do país todo em busca de tratamento. Assim, é necessário o constante investimento para manter os números suficientes e tentar, ao máximo, diminuir as filas de espera por transplantes”, aponta a Dra. Denise Fornazari, diretora médica do Banco de Olhos da Unicamp.
A situação geral das captações de córneas no país, após a liberação para retomada dos procedimentos pelo governo no final de setembro, depois de sete meses suspensos, é crítica. Porém, graças ao trabalho prestado pela rede BOS e, especialmente, à contribuição da cidade de Campinas, o Estado de São Paulo conseguiu não só estabilizar suas doações, como também atender casos de urgência em outras regiões do Brasil. “Muitos serviços de captação pararam de atuar, o que faz com que a responsabilidade do trabalho do BOS e da cidade de Campinas aumente ainda mais. Recebemos um comunicado de que a Central de Transplantes do Estado de São Paulo iria atender alguns casos de urgência de outros estados. Com isso, nosso foco é ajudar cada vez mais. Precisamos manter nosso trabalho, buscando sempre aumentar o número de doações, já que a necessidade é grande”, aponta Edil.
O maior volume de doações de São Paulo é gerado pela rede BOS, que já chegou a zerar uma vez, em 2009, a fila de espera para transplantes do estado todo. “Nossa intenção é conseguir zerar, futuramente, a fila de espera de novo. O BOS é o principal parceiro, hoje, da Secretaria Estadual da Saúde na área de captação de córneas, atuando nas regiões de Sorocaba e Campinas, o que inclui a região do Vale do Paraíba, a capital paulista e a Baixada Santista”, fala o superintendente.
Assim, a importância de Campinas nesse cenário de doações se faz, tanto por suprir a demanda regional nessa área, como também para auxílio de todo o país. “É bom para a cidade e, acima de tudo, é bom para os pacientes que precisam de atendimento. A região de Campinas é muito grande, com um potencial enorme para doações e nós já fazemos uma parte desse trabalho, mas a intenção é ampliar e intensificar as atividades, visando uma melhoria nos sistemas nacionais, como um todo. Precisamos de mais doações e essa região pode proporcionar isso”, finaliza Edil.
Para aqueles que desejam apoiar, tornando-se um doador de córnea, é possível fazer o Cartão de Doador, pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: 0800 770 3311. O cartão não estabelece a obrigação de doar, mas tem a função de informar sobre essa vontade aos familiares, conscientizando-os sobre o assunto.
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