Implante contribui para o controle da doença e possibilita melhor qualidade de vida
O glaucoma é a principal doença que causa cegueira irreversível. A doença evolui de forma progressiva, na maioria das vezes sem apresentar sintomas e possui como um dos maiores fatores de risco a pressão intraocular elevada. Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), 2,5 milhões de brasileiros são afetados e a preocupação é que 70% das pessoas não sabem que sofrem do mal.
A maior probabilidade de adquirir a doença recai sobre pessoas acima de 40 anos, negras, portadoras de diabetes, com algum histórico de diagnóstico na família ou com algum trauma ou doença intraocular. Para fazer o diagnóstico de glaucoma, o oftalmologista analisa a pressão dos olhos, detalhes da parte anterior do olho, e o fundo para avaliar o nervo óptico.
A doença não tem cura e o tratamento consiste em diminuir o aumento da pressão intraocular para evitar a progressão da doença e, consequentemente, a perda visual. A oftalmologista do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Cristiane Borborema Teles, especialista em catarata e glaucoma, explica sobre o uso dos medicamentos.
“Na maioria dos casos lançamos mão do uso contínuo de colírios que diminuem a produção do humor aquoso ou aumentam a drenagem do mesmo com essa finalidade de diminuição da pressão intraocular. Porém, nos preocupa a má adesão dos pacientes e os efeitos colaterais das medicações que eles tanto se queixam”, esclarece a médica.
Novas tecnologias para o tratamento
Para ajudar no tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, uma nova tecnologia é indicada para a redução da pressão intraocular e pode ser implantada com ou sem cirurgia da catarata.
“A cirurgia minimamente invasiva para glaucoma veio para somar e, com o implante de um dispositivo de 0,36mmx0,23mm, o iStent, cria uma comunicação permanente entre a câmara anterior e o sistema de drenagem pós-trabecular, diminuindo assim a pressão, além da redução da dependência do uso dos colírios, o que melhora o controle do glaucoma e da qualidade de vida do paciente, comenta.
Além disso, permite a redução dos efeitos colaterais intrínsecos aos colírios hipotensores como hiperemia ocular, redução da gordura periorbitária, crescimento dos cílios, sensação de corpo estranho e olho seco”, explica a especialista.
Helena Nunes Pichol, aposentada, convive com a doença há 7 anos e faz acompanhamentos periodicamente no BOS. Ela relata que conheceu a nova tecnologia após uma consulta com a médica.
“Convivo com a doença há 7 anos e fazia acompanhamentos do glaucoma usando os colírios. Fiquei sabendo do novo procedimento em uma consulta e a recuperação da cirurgia foi ótima”, comenta Helena.
Tipos de glaucoma
Ainda que o glaucoma seja uma doença assintomática, é importante observar as 4 formas mais comuns de sua manifestação: Primário de Ângulo Aberto; Primário de Ângulo Fechado; Congênito e Secundário. Em todos os tipos o trabeculado – o canal responsável pela drenagem natural dos olhos – é afetado.
Glaucoma Primário de Ângulo Aberto: Representa cerca de 80% dos diagnósticos do glaucoma e costuma ser assintomático, como o avanço da doença é lento, costuma ser detectado nos estágios mais avançados. A origem da doença ainda não é esclarecida para a medicina, porém é considerada crônica e hereditária.
Glaucoma Primário de Ângulo Fechado: É a variação da doença mais abrupta, acontece um aumento extremo na quantidade do líquido aquoso ocular, elevando a pressão intraocular, podendo levar a cegueira em pouco tempo.
Glaucoma Congênito: O mais raro entre os tipos, começa a se desenvolver desde o útero materno. O bebê já nasce com glaucoma, podendo suspeitar do diagnóstico a partir de um globo ocular aumentado, lacrimejamento, blefaroespasmo e sensibilidade aumentada à luz.
Glaucoma Secundário: Essa variação da doença é ocasionada por fatores externos, como inflamações existentes na saúde ocular ou do uso contínuo de medicamentos e colírios com corticoides. Essa forma também demora para apresentar sintomas é geralmente diagnosticado de maneira tardia.
Acesso ao tratamento
O SUS ainda não cobre essa tecnologia, porém o Hospital Oftalmológico de Sorocaba, já está se mobilizando para possibilitar o acesso ao tratamento para todos, visando sempre a melhoria do controle das doenças oculares.
Sobre o BOS
O Banco de Olhos de Sorocaba fica localizado na Praça Nabek Shiroma, n.º 210, no Jardim Emilia, em Sorocaba (SP). Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.
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